ALERTA AOS CONSUMIDORES
Em fevereiro de 1954, na abertura do Salão Internacional de Automóveis de Nova Iorque, EUA, o público conhecia um modelo completamente inesperado. A marca apresentou um dos primeiros superesportivos: o 300 SL. Uma característica singular eram as portas com abertura em forma de asa de gaivota, únicas em um veículo de produção na época.
O design exterior remetia ao modelo de competição de 1952, de mesmo nome. As vitórias obtidas nas tradicionais corridas de Mille Miglia, Le Mans, Carrera Panamericana estão presentes nos modelos de produção a partir de 1954.
As portas de abertura para cima foram inspiradas a partir da versão das pistas (W194). O 300 SL Coupé recebeu seu próprio número de série do modelo: W198.
As portas em forma de “asa de gaivota” exigiram várias soluções específicas de design e construção.
As molas montadas no topo eram discretas, mas essenciais. Elas facilitam a abertura das portas e as mantinham na posição aberta – um recurso de conforto importante para a versão de produção. As molas estavam alojadas em elegantes tubos cromados.
As janelas basculantes do modelo de competição não podiam ser utilizadas. As janelas retangulares do 300 SL eram removíveis e podiam ser transportadas no porta-malas. Uma alavanca liberava o mecanismo de retenção. Também havia pequenas janelas de quartos giratórios para auxiliar na ventilação.
Além disso, outra consequência foi o design do volante. Ele podia ser girado para baixo para permitir um acesso mais fácil às pernas ao compartimento para os pés. Uma pequena alavanca no cubo liberava e travava o volante.
Apesar do volante basculante, entrar no Coupé não era exatamente uma tarefa simples. Isso mudou quando o modelo sucessor, o 300 SL Roadster, foi lançado em 1957. Essa variante conversível tinha portas com abertura “normal”. Para isso, a estrutura foi modificada e rebaixada nos pontos de entrada.
A maçaneta externa da porta era um detalhe atraente e funcional. Uma leve pressão fazia com que a alça se dobrasse para fora e porta se abria de forma elegante e aerodinamicamente eficaz.
Os modelos atuais da Mercedes-Benz revisitaram esse princípio: eles têm maçanetas de porta embutidas. Elas se movem automaticamente assim que a chave do veículo está próximo e se retrai novamente assim que o carro é travado.
O Mercedes-Benz W198 tinha muita outras características, como por exemplo, distribuição de peso quase ideal e o inovador motor de seis cilindros, que o tornaram um legítimo superesportivo.
Foi o primeiro automóvel de produção em série do mundo a apresentar um motor de injeção de quatro tempos com injeção direta. Essa inovaçãoa aumentou a potência do motor, dos 170 hp do modelo de competição para 215 hp.
Isso proporcionou uma velocidade máxima de até 250 km/h – desempenho absolutamente extraordinário na metade da década de 1950. Outra novidade foi o design frontal com uma grande estrela central.
Os 300 SL “Asa de Gaivota” e Roadster atraíram clientes e fãs em todo o mundo. Foram produzidas 1.400 unidades do 300 SL Coupé entre os anos de 1954 a 1957 e 1.858 da versão Roadster.